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#2 Protegido(a) em casa!? #soquenao

  • Foto do escritor: arthurdegoes
    arthurdegoes
  • 28 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Acabei de conversar com um parente sobre “sair de casa, ou não sair de casa”.

Estamos de quarentena em São Paulo há mais de 3 meses. Neste momento as ruas já têm mais movimento e o comércio está voltando a funcionar. A pergunta feita por ele(a) foi: “O que você acha sobre sair de casa tomando os devidos cuidados?”. A conversa naturalmente me fez refletir sobre o assunto. Será que ficar em casa é tão seguro assim?. Na minha opinião essa resposta depende do ponto de vista.

Esqueçamos por um momento a enxurrada de informações sobre a COVID-19 que nos assusta diariamente. Procurei alguns números para tornar as próximas linhas um pouco mais concretas.

No texto anterior (#1 Não Caia de Maduro!) vimos que o número de quedas aumenta exponencialmente depois dos 70 anos. Elas causam lesões graves e são potencialmente fatais. Além disso, mostrei a dimensão deste problema com números atuais do IBGE e atentamos para a bola de neve que vem se formando.

A maioria dos leitores não possui intimidade com alguns termos médicos, e por esse motivo, antes prosseguir é preciso esclarecer que “Causas Externas de Óbito” são um grupo de incidentes cujos principais representantes são os acidentes de transporte (os chamados acidentes de trânsito), os homicídios, as quedas e os suicídios. Agora sim, podemos continuar.

Pois bem, o último Boletim Epidemiológico Paulista (BEPA) que informou os dados sobre as quedas no Estado de São Paulo, baseado no Sistema de Informação de Óbitos da Secretaria de Estado da Saúde, reuniu dados de 2000 até 2016 e comprovou números impressionantes. De certa forma eles já eram esperados, mas não com tamanha magnitude.

Segundo os dados informados, o percentual de óbitos por causas externas no Estado diminuiu no período informado, de 14% no início do estudo para 7,6% em 2016, uma redução de 33% (Tabela 1). Isso é uma ótima notícia, mas infelizmente não é tudo. Proponho entender um pouco mais sobre esses números.

Entre as diferentes causas externas, as mortes por homicídios diminuíram 73% e os óbitos por acidentes de transporte caíram 9%. Duas causas de óbito aumentaram no período estudado: os suicídios (que aumentaram em 43%) e elas, “as quedas”.

Os dados do boletim informam que o aumento no número de mortes por quedas, pasmem, foi de 422%!!! No ano 2000 o total de óbitos decorrentes de queda no Estado foi de 644. Este número subiu para 3.361 em 2016, representando um aumento de 421,9% (Tabela 2).



Observem no gráfico abaixo que as mortes por queda sofrem aumento durante toda a série histórica estudada (Gráfico 1). Ao final de 2016 os acidentes de transporte ocupavam o primeiro lugar no pódio da mortalidade por causas externas, e as quedas estavam em terceiro lugar.


A maioria das mortes por quedas esteve concentrada no Oeste do Estado, conforme representado na figura 3.


É preciso destacar que esses números foram publicados há cerca de um ano (maio de 2019), e hoje já existe mais 4 anos de estatística ainda não contabilizados. Seguindo a tendência das curvas e o índice de envelhecimento populacional, é possível estimar o tamanho do problema. Segundo o IBGE, em 2010 o Índice de Envelhecimento (IE) em SP era de 34,38. Em 2016 já havia aumentado para 46,31 e hoje, 2020, está em 55,38 (muito maior que no último boletim informado!!!!). O gráfico 4 mostra a explosão de óbitos por queda com o envelhecimento, confirmando os dados expostos até agora.


Bom, já sabemos que na maioria das vezes as quedas acontecem em casa. Então pergunto: estamos seguros e protegidos em casa?. Como podem perceber, “sim e não”. A nossa casa, ou a casa dos nossos parentes, pode estar cheia de armadilhas para quem mais admiramos, e devo comentar sobre isso em outro momento. É preciso ficar atento e não dar chance para o azar.


Lembre-se, siga em frente, não derrape na pista, não caia de maduro e proteja quem você ama. Até a próxima.

 
 
 

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